Até 2025, o estado do Amapá precisará qualificar 8,7 mil pessoas em ocupações industriais, sendo quase 2,4 mil em formação inicial – para repor inativos e preencher novas vagas – e 6,3 mil em formação continuada, para trabalhadores que devem se atualizar.

Isso significa que, da necessidade de formação nos próximos quatro anos, 72% serão em aperfeiçoamento. As ocupações industriais são aquelas que requerem conhecimentos tipicamente relacionados à produção industrial, mas estão presentes também em outros setores da economia.

O mercado de trabalho passa por uma transformação, ocasionada principalmente pelo uso de novas tecnologias e mudanças na cadeia produtiva; e, cada vez mais, o Brasil precisará investir em aperfeiçoamento e requalificação para que os profissionais estejam atualizados.

Em todo o país, a demanda é de 9,6 milhões de trabalhadores qualificados. Os dados e a avaliação são do Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, estudo realizado pelo Observatório Nacional da Indústria para identificar demandas futuras por mão de obra e orientar a formação profissional de base industrial no país.

A demanda por formação no estado por nível de qualificação será de:

Nível de qualificação

Demanda

Qualificação (menos de 200 horas)

4.420

Qualificação (mais de 200 horas)

1.791

Técnico

1.873

Superior

626

TOTAL

8710

Em volume, ainda prevalecem as ocupações de nível de qualificação, que respondem por 74% do emprego industrial no Brasil hoje. Contudo, chama atenção o crescimento das ocupações de nível técnico e superior, que deve seguir como uma tendência. Isso ocorre por conta das mudanças organizacionais e tecnológicas, que fazem com que as empresas busquem profissionais de maior nível de formação, que saibam executar tarefas e resolver problemas mais complexos.

As áreas com maior demanda por formação são: Construção, Logística e Transporte, Transversais, Metalmecânica, e Alimentos e Bebidas. As ocupações transversais são aquelas que permitem ao profissional atuar em diferentes áreas, como técnico em Segurança do Trabalho, técnico de Apoio em Pesquisa e Desenvolvimento e profissionais da Metrologia, por exemplo.

Estudo avalia estimativas e cenário político, econômico, tecnológico e de emprego

O SENAI é a principal instituição formadora em ocupações industriais no país. Para subsidiar a oferta de cursos, em sintonia com as demandas por mão de obra do setor produtivo, o Observatório Nacional da Indústria desenvolveu a metodologia do Mapa do Trabalho Industrial, referência no Brasil. O estudo é uma projeção do emprego setorial que considera o contexto econômico, político e tecnológico. Um dos diferenciais é a projeção da demanda por formação a partir do emprego estimado para os próximos anos.

Para esse cálculo, são levadas em conta as estimativas das taxas de difusão das novas tecnologias nas empresas e das mudanças organizacionais nas cadeias produtivas, que orientam o cálculo da demanda por aperfeiçoamento, e uma análise da trajetória ocupacional dos trabalhadores no mercado de trabalho formal, que subsidiam o cálculo da formação inicial. Um trabalho de inteligência de dados e prospectiva que deve subsidiar ações e políticas de emprego e educação profissional.

O estudo agrupa as ocupações industriais em 25 áreas. Abaixo, as que mais precisarão formar até 2025:

Áreas com maior demanda por formação (inicial + continuada)

Área

Demanda

Construção

2.090

Logística e Transporte

1.273

Transversais

1.214

Metalmecânica

759

Alimentos e Bebidas

588

Telecomunicações

390

Mineração

387

Tecnologia da Informação

361

Automotiva

292

Eletroeletrônica

258

TÉCNICO

Cursos técnicos têm carga horária entre 800h e 1.200h (cerca de 1 ano e 6 meses) e são destinados a alunos matriculados ou egressos do ensino médio. 

Ocupação

Demanda em
formação inicial

Demanda em aperfeiçoamento

Especialistas em logística de transportes

27

140

Técnicos em operação e monitoração de computadores

36

127

Técnicos em eletrônica

34

87

Técnicos em eletricidade e eletrotécnica

12

94

Técnicos em telecomunicações

15

78

QUALIFICAÇÃO + DE 200 HORAS

Os cursos de qualificação são indicados a jovens e profissionais que buscam desenvolver novas competências e capacidades profissionais para a inserção em uma ocupação. Esses cursos não demandam um nível de escolaridade específico. Ao final, o aluno recebe um certificado de conclusão. 

Ocupação

Demanda em
formação inicial

Demanda em aperfeiçoamento

Instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos e de comunicação de dados

38

193

Padeiros, confeiteiros e afins

60

124

Mecânicos de manutenção de veículos automotores

79

104

Trabalhadores de instalações elétricas

30

107

Trabalhadores de extração de minerais sólidos (operadores de máquinas)

17

114

QUALIFICAÇÃO - DE 200 HORAS

Os cursos de qualificação são indicados a jovens e profissionais que buscam desenvolver novas competências e capacidades profissionais para a inserção em uma ocupação. Esses cursos não demandam um nível de escolaridade específico. Ao final, o aluno recebe um certificado de conclusão. 

Ocupação

Demanda em
formação inicial

Demanda em aperfeiçoamento

Ajudantes de obras civis

326

416

Trabalhadores de embalagem e de etiquetagem

292

163

Motoristas de veículos de cargas em geral

75

356

Trabalhadores operacionais de conservação de vias permanentes (exceto trilhos)

78

228

Alimentadores de linhas de produção

62

188

Aprendizagem ao longo da vida para driblar desemprego e aumentar produtividade

O diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, reconhece que a recuperação do mercado formal de trabalho será lenta em razão da retomada gradual das atividades econômicas no pós-pandemia. Para melhorar o nível e a qualidade do emprego e contribuir para o progresso tecnológico e aumento da produtividade nas empresas, será indispensável priorizar o aperfeiçoamento de quem está empregado e de quem busca novas oportunidades.

“Estamos diante de um cenário de baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), reformas estruturais paradas, como a tributária, eleições e altos índices de desemprego e informalidade. Nesse contexto, o Mapa surge para que possamos entender as transformações do mercado de trabalho e incentivar as pessoas a buscarem qualificação onde haverá emprego. E essa qualificação será recorrente ao longo da trajetória profissional. Quem parar de estudar, vai ficar para trás”, avalia.

 

Agência de Notícias da Indústria