Amplificar a voz feminina, criar um local de fala e estimular a participação de trabalhadoras na área. É o objetivo do Meninas em Ação, evento realizado nos dias 20 e 21 de julho pelo SENAI Amapá, junto com a empresa alemã De Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), por meio da Ação Coletiva Interligadas.

A ação consiste em reunir 40 meninas do ensino médio de escolas públicas e oportunizar que elas tenham acesso a informações, tirem dúvidas e participem de atividades práticas para estimular a inclusão e equidade de gênero em cursos profissionalizantes e carreiras tecnológicas, especialmente no campo das energias.

De acordo com a gerente de Educação interina do SENAI, Gislaine Baia, a participação do público feminino em áreas até então predominantemente masculinas tem aumentado. “Energia Renovável e Eficiência Energética são setores nos quais as mulheres têm procurado se profissionalizar. A principal missão do SENAI é qualificar e formar pessoas, e por meio de parcerias com instituições que promovem ações inclusivas temos aumentado a cada dia a inserção feminina no mundo do trabalho”, ressaltou. 

Edkesia das Chagas tem 16 anos e aceitou de imediato o chamado para participar da atividade. “Estou muito estimulada a aprender sobre os temas e o meu exemplo vem de casa, já que meu pai trabalha no segmento. Acredito que alavancar a participação do gênero feminino nas indústrias de energia é fundamental para o desenvolvimento do estado “, frisou.

A representante da Minasol, Juliana Bittencourt, afirmou que as empresas estão precisando de mão de obra qualificada. “As mulheres precisam se preparar para ocupar uma parte destas vagas. As políticas de inclusão e diversidade de gênero foram e continuam sendo necessárias para que a sociedade se acostume a ver mulheres como líderes de projetos, no chão de fábrica/obra ou gerenciando grandes equipes – ocupando espaços e cargos reconhecidos como masculinos”, destacou.

Também participaram da abertura, o diretor de Operações interino do SENAI Amapá, Jean Alves e a assessora técnica em energia da GIZ, Caroline Dutra.  

Sobre o Programa

O Meninas em Ação faz parte da Ação Coletiva Interligadas, que integra o projeto de cooperação internacional entre o Brasil e a Alemanha, desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) e a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da agência alemã GIZ em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Institutos Federais.

Um dos propósitos estabelecidos pelo Programa é elevar de 7% para 20% o número de mulheres formadas em cursos de formação profissional técnica nos SENAIs do país e nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs).

Dados nacionais

Uma pesquisa divulgada pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) mostrou que embora as mulheres representem quase metade da população mundial, a igualdade de gênero ainda é um grande desafio. O estudo apontou que as mulheres ainda são frequentemente ignoradas, desvalorizadas ou não remuneradas, limitando sua capacidade de serem participantes dinâmicos na economia e na sociedade. E no setor de energia, as mulheres estão significativamente subrepresentadas, com menos de um quarto da força de trabalho total de energia e um terço do setor de energia renovável.

Ainda de acordo com a Irena, as mulheres representam apenas 32% da força de trabalho global de energia renovável, e somente 21% da força de trabalho eólica. E quando se trata de papéis em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (CTEM), esses números são ainda menores: 28% e 14%, respectivamente. A análise também conclui que as mulheres são mais propensas a serem empregadas em cargos não-técnicos, administrativos e de relações públicas com salários mais baixos do que em cargos técnicos, gerenciais ou de formulação de políticas públicas.

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