A Organização das Nações Unidas (ONU) apontou o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) como uma das três mais importantes instituições para alcance do objetivo de assegurar educação de qualidade entre os integrantes da Cooperação Sul-Sul – mecanismo de países emergentes do hemisfério destinado a dar respostas conjuntas a desafios comuns.

O trabalho desenvolvido pelo SENAI é citado na publicação Boas Práticas em Cooperação Sul-Sul e Triangular para o Desenvolvimento Sustentável, lançada, na semana passada, pelo Escritório das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul.

A publicação destaca o compromisso do SENAI com a oferta de cursos de qualidade em 28 áreas tecnológicas, de forma presencial e a distância, alinhada com as necessidades da indústria. O documento cita, entre outros, o programa SENAI de Tecnologias Educacionais, que investiu no desenvolvimento de aplicativos para smartphones e tablets destinados a seus alunos, como exemplo do comprometimento da instituição com novas práticas pedagógicas. “O SENAI oferece uma ampla e experiente rede de formação, conectada a indústrias e países, com o objetivo de treinar mão de obra qualificada, tecnológica e produtiva”, afirma o documento.

A ONU elogia as ações do SENAI de estímulo à inovação nas empresas por meio de consultoria técnica e pesquisa tecnológica, e iniciativas como o programa de certificação de pessoas, estudos de prospecção para oferecer cursos exigidos pelo mercado, a expansão da rede de educação à distância, a capacitação de docentes, o sistema de avaliação de ensino e o investimento constante em infraestrutura de ponta. “Sua contribuição para o mundo do trabalho é consistente com as principais políticas públicas de educação técnica e qualificação profissional”, ressalta o capítulo dedicado ao SENAI.

Papel internacional

O documento realça ainda o papel internacional da instituição, que administra centros de formação profissional em nove países. “Em seus 73 anos de história, o SENAI qualificou mais de 61 milhões de trabalhadores e educou mais de 50 mil pessoas por meio de cursos à distância. A cada ano, a instituição atrai mais de 3 milhões de estudantes de países em desenvolvimento, especialmente de países africanos de língua portuguesa, e 80% dos seus alunos encontram emprego”, afirma o estudo. “O SENAI é um dos principais atores brasileiros da Cooperação Sul-Sul e tem sido internacionalmente reconhecido como um modelo de educação e treinamento profissional na América Latina”.

Para o gerente de Relações Internacionais do SENAI, Frederico Lamego, a escolha feita pelo Escritório das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul é uma forma de valorizar o papel internacional da instituição em favor da educação. “É um reconhecimento das Nações Unidas do trabalho de qualidade que o SENAI tem feito em prol da educação em várias partes do mundo, sobretudo na África e na América Latina, por meio dos nove centros de formação profissional que nós já implantamos, e, em breve, do décimo, que estamos implantando no Haiti”, avalia.  “É também um indicativo para as empresas brasileiras que estão indo para fora de que vão poder contar cada vez mais com mão de obra qualificada a partir do know-how do SENAI nesses países.”

O SENAI implantou centros de formação profissional na Guatemala, Peru, Guiné Bissau, Paraguai, Cabo Verde, Jamaica, São Tomé e Príncipe, Angola e Timor Leste. Mantém ainda parcerias com 53 instituições internacionais como o British Council, do Reino Unido, o Massachussetts Institute of Technology, dos Estados Unidos, o Swedisth ICT, da Suécia, o instituto alemão Fraunhofer, entre outros.

Amapá

No Amapá, o SENAI atua em 10 áreas tecnológicas e possui 3 unidades fixas e 4 móveis. Para o diretor de operações do SENAI AP, Adriano Cardoso, que coordenou a implementação do Centro de Formação Profissional Brasil-Guatemala, “a atuação do SENAI em projetos educacionais de cooperação Sul-Sul, além de fortalecer a imagem da instituição e do Brasil como referência em educação profissional,  proporciona uma experiência única para os profissionais participantes, pois potencializa as competências técnicas e gerenciais, em função da atuação em condições tecnológicas e culturais distintas, ampliando a visão dos mesmos em relação ao contexto internacional”.

Com informações do Portal da Indústria/CNI